segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Natal II

''Um anjo anunciou a uma mulher a cerca de um nascimento, de um fruto do Espírito Santo.'' Tudo começa quando estamos na nossa vida e acontece algo que pode mudar o nosso rumo e mais, há coisas que podem mudar o rumo de toda uma vida e de todo um mundo. É o que aconteceu há milênios atrás. Um menino nascer com o propósito de sofrer por amor. Amor ao seu Pai e aos seus irmãos. Como é difícil seguir os passos de um Cristo que foi crucificado, morto e sepultado. Que sofreu numa época remota e que hoje não tem vínculo nenhum com a modernidade. E o nosso propósito aqui na terra? Qual seria ele? Simplesmente viemos para gozar da vida de forma brutal e muitas vezes errônea? E quando repreende-nos, o sentimento que assoma-se é apatia, ou muitas vezes desprezo. Nada que possa ser tão humildade como o Cristo foi. Ser tachado de Rei - mesmo sendo O Verdadeiro Rei. E quando nós somos escarnecidos, a nossa atitude é voraz, é tentar rebater na maioria das vezes com agressões insuportáveis. Imaginemos se nós fossemos sofrer o que Cristo sofreu? Ser cuspido, carregar sua própria cruz pesada num trajeto longiquo, sofrer humilhações - o que para nós não é cogitável, por ser o ápice de um desacato. E as outras coisas que ele sofreu em silêncio, fora a agressão física que lhe corrompeu a carne tenra. Tantos sofrimentos e nós, aqui, sentados, em pé, cantando, dançando não fazemos nada. És a oportunidade de esvaziar-se e deixar produzir nos nossos corações apenas forças vitais e sensatas. Sem a terrível ousadia de um caminho desvinculado com o futuro promissor que o Senhor tantos nos afirma. É o sentimento do Natal, este sim, um sentimento forte e indescritível que pulsa intensamente para o arrependimento do Ser e a sua renovação da Alma. ''Eis me aqui, Senhor.''

Natal

Natal. A palavra já tem um sentido próprio, algo que enche-nos de euforia e de uma interminável alegria - mesmo para quem teve alguma noite de natal frustrante. Tudo começou do nascimento do Messias, algo para ser recordado pelo coração. O poder infinito e único que transpos essa felicidade e esta data tão imprescindível no calendário mundial. Antigamente era comemorado, no exato dia 25 de dezembro, o início, pelos romanos, da estação do inverno. Por algum consenso foi que se estabeleceu como data comemorativa e fortemente ligada ao sentido de harmonia, por ser o nascimento do Senhor. A esta representação, poderíamos falar a cerca da socialização entre pessoas, da humildade de carácter e de tantos outros atributos que são necessários para a convivência pacífica entre os povos. Eu acredito que é no Natal, onde se esvaece o sentimento de raiva, rancor, maldade e tantos sentimentos que proporcionam infelicidade. E a partir daí que ''renasce'' em cada ser, um novo esteriótipo, uma nova integridade e forma de encarar a vida. É como se fosse uma fonte de renovação. É simbolizado, o nascimento, como uma forma de realidade divina, uma forma de compaixão e solução de problemas que tanto nos aturdem durante o ano. É o nascimento de Yeshua que produz a nossa fértil paciência em determinar e compreender certas atitudes mundanas. Natal é pra ser vivido como se fosse único. Neutro. É a forma que traduz-se na mais pura neutralidade do ser, donde é emanado o esplendor de compaixão, felicidade, ternura, acolhimento aos mais necessitados etc. Vejo que hoje o Natal mais simboliza uma reunião de família, onde se dissipa o verdadeiro significado. Queria, pois, que todos entendessem que o valor natalino é fruto da misericórdia de Deus, onde faz nascer seu filho para que o mundo seja livrado da mácula anual. E a cada ano nasce-se o Jesus que renova o seu seguidor, renova o pecador perdido. Espero que seja este o Natal mais produtivo. Que seja fruto da esperança de uma futura e próspera vida interior, com a meta de ajudar a quem está perdido e ter comiseração dos que estão em dívida com você. Deus é fonte inexaurível de compreensão. Que Ele seja o presente ideal para o seu natal, o presente substancial para que faça valer a pena um Natal proposital de virtudes. Deus abençoe a cada ser dessa terra, a fim da maior união e não mais pensar no egocentrismo, mas pensar no nós como forma única de revigoramento. Uma forma eterna de amar. O tempo de amar não existe, por isso, por amor seja feito a vontade do Senhor.

sábado, 8 de dezembro de 2007

O valor da consciência.

Se eu pudesse transparecer em palavras a vida daquela jovem garota. Tudo ocorreia de forma exata e com as explicações de cada segundo perpassado. Embora nem tudo seja explicado, venho de forma plácida tentar explicar.
Começamos a nos encontrar, por intermédio de uma amiga sua. Era um dezembro doce e frio. O que poderia esquetar era o que aquecia por dentro. Era os próprios corações, que embora estivessem ou não absorvidos pela magnitude do esplendor do amor, aqueceria de forma eficaz cada micropartícula sofredora pelo frio da desilusão. Era um casal perfeito, mas não conectado. Tudo se fazia permanecer no respeito que ambos possuiam. Ele era Max, ela era Gisele. Era o mesmo horário, na mesma praça, com poucos sons de pássaros e de vez em quando com o ar gélido que provinha do sul. A conversa era sempre estendida a universos paralelos, algo em comum e permutado por ambos e que se fazia surpreendente a cada átimo de segundo. Os assuntos se manifestavam na realidade e era como se eles vivessem a cada sentido que aparecia. Era nada mutável, tudo era completamente novo e diferente. Ela começou a ter um estima muito forte por aquele encanto que engendrava seu coração de total harmonia. A tarde chegava e o pôr-do-sol vinha com menos intensidade do que no verão. Era apenas a harmonia e o calor humano que conseguia esquentá-los. A Jovem garota com o passar dos tempos, entendeu que aquele momento único que se assomava a cada dia, era a primazia de um futuro coexistente ao lado do jovem garoto, e sonhou com felicidades juntas, criações juntas, uma vida junta com a dele. Era algo problemático para ele, pois não era de fato o que queria, não naquele momento. Ela não deixou o tempo transcorrer para cativa-lo ainda mais. Mas ele, na sua ingenuidade e simplicidade, não deixou magoá-la. Continuou alimentando aqueles encontros extraordinários. O jovem garoto enlouqueceu por estar iludindo a menina. Pensou de tudo e chegou a conclusão final. A cada conversa, ele falava da auto-independência e do amor próprio que a menina deveria compreender. Juntos, aquele momento de emoção, transformou-se num momento de apredizagem. Foi-se uma construção de um castelo de pedras. Fortemente equipado como uma fortaleza, mas não era fortaleza pois a intenção não era se proteger dos inimigos, mas sim criar seus sonhos e almejá-los. Fazer vivificante. Um castelo para que seja protegido e ao mesmo tempo seja revitalizado a alegria do ser. Ela entendeu que o momento de paz que a cada dia se transformava em realidade, era perfeitamente a sua alegria interior e o primeiro passo para a felicidade ao lado de alguém. E encontrar a esse alguém seria uma das maiores virtudes. Pois o ato de encontrar alguém para viver, é um ato de ter amor e amar.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Lirius! Liras! Lions!

Olhei os lírios do campo
Fiz versos, cantei poema
Trouxe o que podia
E não mais há agonia
Neste desterro de tormentos
Glória e não mais descontetamento

Branco limpo
Belo puro
Assim se faz o soturno
Assim se cria o desatento

Prudência e sagacidade
Liberdade e contento
Eis-me de novo
Nos versos loucos
Dos líricos livros
Do campo de lírios.

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Saber viver é a mais nova pergunta
Sempre se renova, a cada queda se
faz presente na vida de quem é ou
vive ausente da verdadeira sabedoria
E quando não temos o verdadeiro
sentimento, faz-se a pergunta
com tanta agonia:
Quem sabe viver a vida?
Explica-te.
Recita.
Fica.
Uma escada que se constói com paciência
Não mais a equivalência do atual
mas os momentos anteriores e mesmo
mais que anteriores
Procuraria nas atividades vividas e não lembradas
E então teria a resposta um tanto ansiada!!!

O campo e a flor.

O sol pairante nos tempos atuais não é motivo para sair pelo mundo a fim de queimar-se no tão inóspito. Mas tive, por impulso, que sair da casa e averiguar aquele campo tão verdejante e que nem parecia ser banhado pelo calor absurdo e quentura daquele radiante sol do meio-dia. O cheiro vindo do mato era fortemente captado por mim, como o farejar de um animal que possuí, dependendo de sua ordem na classificação taxonômica, um olfato aguçado. E isso fazia mais uma força para sair e deixar-me naquele sol, independente de qualquer coisa eu queria estar lá fora, sentir de pele a pele cada grau fruído pela bola de fogo celeste e pelo iluminado e reluzente campo de rosas e flores. Avistei, ao sair da porta principal, um lírio que de tão branco, parecia-me guiar em meio aquela fazenda tão bela. A casa estava pronta para uma belíssima foto, em meio àquele clima e iluminação. Os pedregulhos se amotoavam de uma forma alinhada, pelo caminho eu eu passava. O lírio tornava-se mais cativante ao aproximar-me dele. Abaixei-me e percebi que era um lírio intacto, nunca tocado nem visto antes, e sabia disto pelo simples instinto humano de posse. Na vida, eu tinha meus objetos que eram intocáveis e tinha minha vida como sendo fonte de egocentrismo, mas era um passado remoto. Não ousaria de lembrar-me daquilo que me fazia sofrer de novo. Mas era inevitável, aquele lírio branco me fazia lembrar da pureza do meu amor e da intocabilidade que eu dispusera para que jamais houvesse alguém para no meu amor tocar! Ousei reavivar de novo aquela ferida cicatrizada. Sabia que eu perdi o meu amor, pelo simples fato de não ter a moderação precisa! Não ser comedido! Não pensei duas vezes, e o ato já estava concretizado. Pela prisão e grilhões que eu colocara, ela fugiu quando menos esperei, quando realmente deu-se para fugir! O lírio me falava alguma coisa que se transformava em ar e eu respirava. Não entendia nada, mas aquele lírio de tão branco e puro, disse-me, sem palavras, sem dicção, sem fonética que eu deveria seguir seu exemplo. Abaixar-me, como eu já estava para vê-lo - e esse abaixar, significaria o respeito, reverência pelas pessoas, por haver diversidade entre cada um - e deixar meu egocentrismo e condição de posse para trás, porque o que eu estava vivendo, era justamente o que eu fizera. Mas eu não entendia! Como eu poderia estar vivendo na prisão, nos grilhões que eu mesmo deixara perseguir meu amor? Ele me disse numa harmonioza sinfonia que o fato desse espectro de perda estar me perseguindo agora, transformava-se no meu próprio aprisionamento. Agora era eu quem estava preso e sob todo o fardo causado. Sofrendo pelo amor. O lírio me ajudou a seguir a diante. Desde então continuei a observar e seguir o exemplo do lírio, puro, sagaz e perfeitamente compreensível. Não ousava deturpar nada que lhe explorasse e ficava naquela ocasião tão plácido, assim como deveríamos ser. Calmos e sossegados, sem a terrível noção de posse, nem a aterradora atitude de autonomia.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A descoberta.

Quando acordei, pensei no mesmo instante o que se assomaria para mim, no decorrer da vida que eu levaria pelo hoje. Sabemos que mesmo antes de abrir os olhos, temos uma gama de coisas a fazer durante um dia tão ensolarado ou nublado e quem sabe chuvoso, mas o que importa mesmo é a disposição de fazer as coisas. Quando meus olhos encontraram o mundo, permiti, assim, que fosse predestinado o meu novo ofício. Um ofício diferentemente de todos e de tudo, e mesmo se fosse para o que rotineiramente eu compreendia, aí seria diferente também. Falei com o ser Supremo à respeito da bênção que me foi dada naquele momento - e acho importante agradecer a cada manhã. Um dia temos tudo, noutro nada temos e o temor se assola para quem não é destemido, para quem não tem ninguém - pois acho que sem Deus, o indivíduo não tem ninguém. O cheiro da madeira rústica era emanado perto do meu recinto, do meu refúgio. Era os móveis antigos que cercavam-me dando uma impressão de um passado longíquo que se fazia presente em minha vida pelos meus anseios. Eu adorava e tinha um certa afinidade pelo antiquário. E isso era mais um processo de reforço para eu me levantar e caminhar para o meu novo dia, para meu novo ofício. Normalmente sentimos que o levantar de uma cama torna-se mais uma questão mecânica e sem sentido. É usual falarmos nisso, pois o ato de levantar-se se destina a algo meramente dogmático, não há momentos de perquirir a cerca do levantar. Tem-se que fazê-lo e acabou-se. Dessa maneira, levantei-me e fui logo ao banheiro, onde era o meu segundo refúgio de cada alvorecer. O sono ainda dominava, por ser cedo demais, temos a mania de não se acostumar com o frio do último relente, o relento que se dissipa com o próprio alvorecer. No meu segundo recinto fiz as necessidades diária e mundanas e comecei a pensar no que eu iria vestir para o dia que estava chegando e que eu deveria ter um certo caminho já traçado. A água era quente e dava um amortecimento instantâneo na alma - e de pensar que ás vezes penso que a alma está carnalmente incrustrada na própria tessitura da vida e interligada com o corpóreo. O banho me incentivou a pensar e foi neste pensamento que descobri...

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Falta de intemperança.

Há tempo que não atualizo este blog. Por motivos outros, claro. Mas existe uma palavra que eu adoro ouvir e dela me contento - mesmo que muitas vezes ela sirva para expor sentimentos inválidos -, pois é com ela que me deito todas as noite, acordo e faço das minhas vontades, uma redoma de realidade. Pois têm-se fatores que poderiam coadunar com esse meu conceito em dispor essa palavra que para muitos serve de traiçoeira detentora do absurdo e para outros momentos de transitoriedade frequente e necessário para ver o que se vê. Não me é permitido dispor de todas as formas substantivadas do que pretendo dizer. Ás vezes ele - quem me refiro com avidez - é fortemente áspero e inoportuno, doutras vezes propõe-me uma especulação ponderada ou até reticente onde despenco em pesquisas e vitórias feitas por mim mesmo sem a ininterrupta interação dele em mim. Há quem diga que ele serve um alguns momentos e noutros é dispensado por completo. Mas sei que isso vale mais para quem está no sentido direto das coisas.. Não é promisco falar da atividade superorgânica que ele transmite sem mencionar o que desencadeia a sua atividade estrutural. Quero, pois, transmitir que até agora, para escrever esse texto tenho uma íntima ligação com ele. Ele transgride qualquer circunstância experimental. Não damos valor, precipitamo-nos, muitas das vezes e até onde chegaremos nessa transgressão de idéias? Não sei se fico, passo, redimo, despacho. Ele é a interconexão entre o que é hoje e se pode concatenar com o que foi e será.

domingo, 19 de agosto de 2007

Argonautas

Oh, são tantas tormentas.. Não consigo me contentar com tamanho sentimento latente e lapidado no meu coração. Queria que você sonhasse comigo e no sonho se apaixonasse, para que, quando acordasse para a realidade, o sonho misturasse com o real e eu pudesse te ter de uma forma súbita e inesperada. Eu preciso de cada passo dado seu. Não quero mais esperar... estou à deriva dessa vida que você me promete a cada palavra soada pelos seus lábios doce e intenso. O meio sofrer virou-se um redemoinho, minhas lágrimas ajudaram a fazer cascatas.. Preciso, anseio você. Faça o sonho tornar-se realidade, mesmo que seja por instantes não compreendidos pelo momento, mas o fato de viver o momento não me interessaria compreende-lo, pois a compreensão vem de uma forma arrasadora com a sua harmonizante vida. Não quero mais sofrer sendo feliz.. isso é tão... tão frustrante.. uma apreciação paradoxal... Uma felicidade clandestina que se compõe do mais bruto e com a maior intemperança já vista. Algo que não se pode coabitar, mas que se pode veemente compreender por ser parte daquele ambiente, mesmo sendo não habitado em comum, mas porque a habitação já se faz presente na própria essência do que é. Quero encerrar, desfechar, concluir dizendo que o mergulho é tão profundo que vai a cerca do limitado - mesmo que seja impossível delimitar - algo que é absurdamente incomensurável, mas que pode-se mensurar. Oh, traga-me o amor que necessito, estou a te esperar quero provar desse gosto... mesmo que a realidade se faça sonho...

sábado, 11 de agosto de 2007

O peso da perda do nada.

Um dia chegamos ao simples juízo de amar alguém. De forma intensa e que, para se amar tem-se que viver ao lado daquela pessoa, tendo assim, um contacto espírito-material propenso para tal amor. Quando se tem esse amor, embora pulsante e cego, temos a total liberdade e até o itinerário de ir contra as aversões que aparecem. Se vemos o que é nosso sendo quisto por alguém, sendo visualizado ou até sendo alvo de contato, é fato para criar em nós uma típica apatia ou até um ciúme enfurecido a ponto de lutarmos, mesmo sem necessidade, pelo que é nosso. E nós pomos o sentindo de possessão ao que é quase nosso. Acho que quando se há amor, e dizem que deve-se doar por completo - disso não tenho dúvidas - possivelmente não significa que sejamos escravos, ou até objetos dos outros. Tem-se que haver o respeito e não o domínio. Ouvi uma história, que enfureceu por tamanho um determinado homem, pelo motivo de sua amada - e deixo claro que era apenas amada, não possuída como dizemos ao nossos amores - sendo de forma não recíproca, este amor. Um grande holocausto intelectual por parte dele ao presenciar que sua ''amada'' estava sendo alvo de um charlatão ou vários, o que deu uma tremenda indignação nele. Houve um ponto culminante, algo como o ápice das coisas. Ele, revoltado com tamanha ofenssa, até mesmo ao próprio ego dele, mesmo sendo ela o alvo, faz o inevitável matando o impostor. Muito embora o risco de sua morte era total, dando assim a vida pela vida de quem não o olhara de forma alguma. Pra ser sincera, ela nunca o vira na vida, sempre era ele quem a admirava.. Um amor incompleto.. Algo instável... E por que instável?
Havia uma vaguidão tão imensa em sua vida, pois a segunda metado do amor não se concatenara. Fazendo assim, nascer qualquer absurda loucura, inclusive em pôr a vida em risco pleno. Isso era uma das inúmeras coisas que faltava para ele ser feliz na vida. Algo que - como se fosse o próprio amor da mulher - fizesse a satisfatória vida se revigorar. Algo que é inexplicavel, mas tão comumente. Embora, quantas vidas já se foram por causa do amor não encontrado?

terça-feira, 31 de julho de 2007

Solitaire.

Tudo começou quando passei pela primeira vez na avenida principal sozinho. Não era comum passar por aquele lugar, aliás, nem tinha motivos para o tal. Os momentos que precedeu o momento ápice que tratarei a seguir, foi-me um presságio peculiar - coisa que eu nunca tinha percebido - fatos que são inexplicáveis.
Desci para resolver umas coisas no centro. E ao passar pela loja, lá ela estava. Sozinha, com olhos amêndoas e com um ar tão estranho que parecia-me cativa naquele recinto. Havia outro indíviduo ao seu lado, era o seu próprio cachorro. Um animal desgrenhado e mal lavado. Parecia-me pior do que aqueles que não tem trato e vivem pelas ruas. Desci rispidamente a rua - pois não gostava de andar por aquele lugar - mas senti a alma pesar, por aquela menina-mulher. Um andrógino, pois nem sabia o que ela era.
O tempo estava se transformando a cada passo meu dado. O clima quente transformou-se logo num dia chuvoso e eu, por incredulidade da alteração do tempo, ou mesmo por saber que não era possível tamanha alteração não levei meu guarda-chuva. O lugar que eu poderia ficar era alguma loja, para poder esperar até findar a chuva. Na loja onde eu ousei me refugiar, presenciei um antigo inimigo. Não poderia ficar junto, nem mesmo naquele lugar. Pensei em descer mais, mas a próxima loja estava além do que poderia sair desprovido da chuva. Tinha que subir para a loja daquela menina-mulher. Como não hesitei em descer, não hesitei em subir.. O meu coração começou a bater mais forte junto com o tremular das mãos. Contive-me, embora não estava à vontade naquele lugar.
De repente ela chegou ao meu lado e disse com uma voz impregnada de doçura e terror:
- Você mora aqui mesmo?
- Sim, moro na Avenida norte.
- Normalmente vou lá no ano novo, quando tenho vontade, por ter parentes lá. - Ela disse-me.
- Muito legal - respondi.
Havia uma estranheza em mim que não conseguia determinar o que era. Aquela menina-mulher, ali, com aquele cachorro estranho só saia daquela casa para a Av. Norte no ano novo quando ia visitar sua família. Isso era a pura monotonia manifestada em gente. Ela era extática e tão abusrdamente estranha que não parei de olhá-la sequer um minuto. A chuva passou ao término do nosso curto diálogo. Eu saí sem despedir-me, o que era uma falta tamanha de cortesia. Mas não liguei... Voltei a minha rotina, indo resolver minhas coisas. Fiquei encucado com aquele processo de alteração do tempo e do nada, como se fosse algo predestinado, passasse a chuva.
Logo após terminar da conversa que tive com aquela menina-mulher. Os dias se passaram e ainda estava pensando naquilo.. Ela me seguia de uma forma incomparável. Todas as vezes que eu passava de carro pela loja, lá estava ela. Olhando vítrea no espelho, ou mesmo de pé na frente do estabelecimento. Com seu cabelo desgrenhado e com um peculiar penteado.
Um dia estava conversando com amigos meus e para minha surpresa, foi-se adentrando no assunto daquela a quem eu me refiria como menina-mulher, onde seu nome era Tânia. O que foi-me dito e que prestei muita atenção a cada detalhe, foi que aquela menina tinha perdido o seu amor de acidente. Ficou eternamente menina solta. Uma menina parada no tempo. Como se fosse presa no pasado e a partir daí não evoluísse em nada mais. Seu rosto, seu corpo, parecia-me uma estátua mesmo depois de muitos anos que passei por lá e a vi da mesma forma. Ou na janela vítrea ou na frente da lojinha. Não sei de sua família, mas sei que um grande amor ao ser ausente na vida dela, fê-la resistir ao evolucionismo do mundo e parar por definitivo no tempo, a fim - quem sabe, e sou incerto ainda - de resgatar o seu amor ou manter-se unicamente igual ao que era. Existe o poder da psicossomática do qual não posso me corresponder por fatores da não compreensão.

sábado, 28 de julho de 2007

Um sonho.

Finalmente chegamos ao tanto repercutido restaurante. Havia poucas pessoas sentado nas mesas. Pegamos uma logo atrás. Para manter uma certa privacidade, onde ninguém poderia nos ver - logo aqueles que passavam pelas ruas, mas seria uma tolice nossa, pois quase ninguém passara e seria uma probabilidade muito grande a de encontrar alguém conhecido e bisbilhoteiro, até porque não tínhamos nada a esconder. O cheiro de comida era emanado pelas quatro cantos do lugar, uma apreensão mista com uma voraz vontade de alimentar-se fez-me pegar rispidamente o cardápio. O tempo era pouco para olhar aquele cardápio pela minha exasperada fome. Gisele ficou a fitar algumas pessoas enquantou eu fitava qual seria a comida que serviria. Escolhi um fondue de queijo e um filé au chateaubriand. Ela adorou o pedido e entreguei o mesmo ao garçon, pedindo para ser breve com o pedido. Começamos a conversar, embora sendo uma conversa muito sério, da qual nunca seria sujeito a começar. Por segundos, após entregar ao garçon, Gisele fez-me uma pergunta:

Você já amou?

É uma pergunta um tanto fácil e difícil. Acho que a facilidade combina com a dificuldade. Hoje, no meu estado incólume de pensar sobre determinado assunto, posso dizer com toda franqueza que nunca amei. Respondi.

Por que você nunca amou? - Ela continuou insistindo.

Suponho que nunca amei, e isso tenho como conceito básico e trivial da vida, pois, para mim, amar ultrapassa qualquer entendimento de desejo, afecto e tantas outras coisas que mundialmente é vista de uma forma irregular. Como posso amar o ''meu amor(a mulher do meu coração)'' se não aceito aos outros que estão na rua pedindo alimento, se repudio tantas pessoas e brigo com muitos sem necessidade. Nisso não há amor, e para o amor, deve-se esvaziar o ego. Deve-se prostrar-se diante da plenitude da verdade, embora seja cruel e desmotivada. Mas você poderia dizer que isso seria impossível e que todo o ser humano tem o direito de viver errando, cair no pensamento e atitude pecaminosos. Mas eu digo com quase toda a certeza - pois a total certeza eu não a possuo, e nenhum mortal possuirá, pois é atributo à Deus -, que o que se deve fazer é uma ponderação das coisas. Não é omitir o pecado pois acho que ninguém consegue, mas amortecer de uma forma que seja vivificante o amor e latente em sua vida. Fazer o bem sem olhar a quem. Tanto além como aquém das possibilidades. Amar não se resume em prazer, alegria. É trabalhoso amar, é árduo e muito paciente. O problema é que pensam - e não sei de onde tiram esse juízo - que o amor é apenas alegria, que é muitas vezes o próprio beijo na manifestação do acto de amar.

E por que não amar ? - Gisele mais uma vez tenta entender.

Não é uma questão de não querer amar, mas de ser pleno desse sentimento. Tenho que estar preparado para aguentar e segurar a barra. Preciso de tempo, além da conduta certa para não cair na condenação da vida, não posso enganar aos outros nem a mim mesmo. Seria um hipócrita e isso não quero. Amar não é um jogo, nem os momentos de êxtase. Começarei quando perceber que estarei no caminho certo. O amor é mais válido dessa forma, mais genuíno. Renuncie-se a si mesmo e faça valer o valor universal de todas as pessoas, independente de suas classes sociais. Isso é apressar o amor, é querer que logo seja feito a morada em sua vida, a morada do amor.

E se aparecesse alguém que você realmente amasse? - Ela novamente perquiri.

Ora, isso seria contraditório ao que eu penso. Aparecer alguém? Não. Eu penso que para amar alguém - e isso depois de você estar pleno do sentimento verossímel - deve-se haver o contacto com a pessoa durante muito tempo. Uma ligação fraternal de longas datas. Por isso que é muito fácil ver o desequilibrio amoroso nos casamentos. Além das consequências e interrupções alheias, há também o mal desenvolvimento do amadurecimento do casal. O amadurecimento deve ser constante e não algo extático. E com relação a encontrar a pessoa quem irei amar, seria um equívoco, pelo menos para mim, pois como já mencionei, deve-se ter uma realidade fraterna para que possamos compreender os defeitos e aceitá-los e entender também as qualidades.

O garçon chega com a comida. Um prato delicioso com labaredas de fogo pequenas embaixo. O filé, protamente posto em cima da mesa é uma referência ao nosso anseio intímo. Gisele diz:
- Bom apetite.
- Já está bom pelo cheiro - disse-lhe.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Capricho

Lentamente conduzi-me a porta, onde ela me aguardava com olhos amêndoados num tom plácido que me informava mansidão e determinação em me guiar pelo lugar. Mas sem falar no que me havia de atônito, onde a qualquer momento eu estivesse à deriva daquela situação que tanto me podia trazer benevolência, quanto malevolência. Não entendia nem quereria isto. Apenas curtir a viagem que fora tantas léguas rodadas. O frio estava intenso e permaneci agasalhado de uma forma súbita para qualquer contratempo não vir tão repentino. A garagem, onde descemos para sair, estava um pouco aquecida, mas com um cheiro de oléo do carro que havia rodado tanto nas estradas, muito embora deveria ser algum problema que nele assomasse, pois não é comum sentir cheiro dessa forma. Ela me perguntou de que modo eu iria, se queria ir a pé ou de carro mesmo. Respirei o ar cálido do local e decidi enfrentar o frio no contacto impactante, algo corpo-a-corpo. Queria, pois, ter um ávido e voraz empenho para manter uma ligação afectiva forte com aquele lugar. Pusemo-nos a andar por aquelas ruas desertas de gente, onde o tempo era o espaço - coisa que apenas no mundo imaginário pode-se conceber - o caminho pedregulhento onde passamos lembrou-se instantaneamente dos tempos onde eu morava na fazenda em Rivertown. Ela perguntou-me o que poderíamos fazer primeiro. Como eu havia chegado há pouco tempo, queria ir num restaurante mais próximo para assim poder reabastecer-me. Então fomos rumo ao mais próximo e que tivesse uma boa qualidade. No trilhar desse restaurante, encontrei uma forte paisagem que me transportava para outra realidade, como eu já havia mencionado... Algo puramente mágico, era como se agora, no andar por entra aquelas ruas frias e mortas, eu estivesse passando pelo local onde tantas vezes eu passei, um local onde tantas vezes eu sorri, brinquei, amei, cresci - e isso vinha de uma forma arrasadora - não me compreendia tamanho pensamento naquilo. Eu de facto, não entendia mais nada, por um lado pensara em algo que estava para vir ou um presságio, e agora eu estava vivendo na íntegra um deja vù. Não sei, mas fiquei muito feliz por reavivar momentos únicos na minha vida, coisa que apenas num estado de concentração a flor da pele, é que se conseguiria aquilo que eu estava deleitando-me. - e isso é tão provável que um sorriso interminável veio-me - Gisele olhou completamente aérea para mim, tentando conciliar as coisas, tentando compreender o tamanho de tanta felicidade que se manifestava cada vez num ritmo de intensidade maior em mim. Continuamos a andar, ela não me perguntou nada, apenas sua face me perquiriu. Tentando entender o que era realmente, eu não lhe disse nada, apenas fiquei na minha alegria que parecia ser interminável sobre mim, algo tão perene que mesmo quando acabei de rir, fiquei feliz, coisa que nem sempre fazia. Era um momento tão único que precisei parar um momento para tentar saber o que se passava na minha cabeça. Mesmo com tamanha alegria - o que era completamente atípico para mim - tentei coordernar a situação, ponderá-la de uma forma razante. E não entendi o princípio nem o fim. Mas vivi o meio, o hoje. O frio já não era tão fortemente sentido, mas as ruas continuavam vazias, com poucos indivíduos a vagar longe de nós. O caminho parecia não ter fim, mas a fome parecia, a cada passo dado, crescer. Não me espantei com o que estava acontecendo, há-se coisas que não se pode compreender como o processo. A vida é bela demais para tentar decifrar a felicidade, pois é no decifrar que se encontra a tristeza, no núcleo da felicidade. Tem-se que ter a divisão dos sentimentos, o yin-yang. O preto e o branco. Faltava apenas uma imensa ladeira para subirmos e chegarmos no restaurante, disse-me Gisele. Subi com o ímpeto em chegar logo e me saciar.. A felicidade precisava ser alimentada e eu a mantinha dentro de mim, cuidando dela como se fosse um cria e era. Quem sabe se não é assim que se mantém a felicidade, dando-lhe comida, amor, carinho, respeito. E isso seria a idéia central de que todos poderíamos ter a felicidade, embora clandestina ou não, mas de uma forma atrativa e mesmo com os problemas intrísecos à nós mesmos. Nesses pensamentos, fui-me automáticamente - e digo, pois, não senti subir tamanha ladeira - até que chegamos ao restaurante.
-Finalmente - Disse à Gisele
-Pois é, mas o mais interessante é que nunca eu havia de sair com alguém que andasse o caminho todo rindo e silencioso - Ela me disse.
- Sim, existe gente para toda acepção. Um capricho que eu adquiri hoje mesmo, algo só meu.. - Encerrei entrando no lugar.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Devaneio.

Tudo começou no inverno rigoroso daquela cidade. Era tudo calmo e branco.. não havia o colorido das árvores nem o céu brilhava intenso como nos outros lugares. Ao chegar, dei-me, primeiramente, com a aversão daquelas qualidades absurdas na natureza. A chuva, então, pos-se a cair sobre todo aquele território e dando-me boas vindas. Desci do carro e fiquei numa praça a esperar a minha grande amiga vir me orientar onde destinava sua casa. Seria um fim de semana atípico e com muito frio. Algo extático no tempo e espaço. Sentei-me no banco e fiquei alguns minutos fitando tudo ao meu redor. Não havia muita gente, os que passavam por lá era rápidos na caminhada por causa da chuva. Meu guarda chuva estava ensopado de tanta água que descia e fazia como que uma cascata pequena. Uma crise de frio veio-me assustar. Um vento gélido fez-me realmente atinar para o mundo ao meu redor, pois eu estava tão absorto naquele procedimento, que, ficava olhando cada segundo dado por cada um que passava a minha frente. Isso me deixava na pura inércia e trazia um bem para mim.. e não sei se o bem era a neutralidade que aparentemente se assomava dentro de mim. Quando olhei de longe, vi minha amiga buzinar num carro escuro e com um porte elegante. Nesse momento fui até o carro e olhei - não sei o porquê- para o chão, algo me chamava. Não sabia o que nele continha, mas a chuva que caía sobre mim fazia com que eu resgatasse alguma coisa... E pensei ser naquele solo, naquela cìtta, que eu iria fazer emergir ou aparecer, até então, aquilo que eu nem mesmo sabia. Não mais fiquei a compreender o incompreensível, fui logo ligando o carro e seguindo minha amiga. Andamos e passamos por vários lugares, muitas pessoas encobertadas com roupas, casacos, e outros. Olhei como se aquilo tudo fosse triste, e pensei se era tão triste como previa!
Depois de andarmos muito, passarmos várias avenidas, chegamos ao apartamento que se situava numa rua muito bem proporcional à tudo. Era como se aquele lugar fosse o centro, que de lá avistasse tudo e todos. Um olho gigante que sempre vigiava a cidade. Colocamos o carro na garagem e ao descer dei um forte abraço na minha amiga que a longas datas compartilhou comigo tantas felicidades. Era o momento único, um momento destinado a ser mais uma felicidade no meu livro do amor. Fazia tempo que não a via, isso me fortalecia a cada tempo que se escorria no tiquetaquear do relógio. Era uma fonte que eu me renovava, conversas, conselhos, amores, devaneios e até desilusões. Ela perguntou-me como foi a viagem e disse-lhe que só para ter aquele momento único donde encontrá-la-ia, já me era suficiente. Ela levou-me logo para o meu quarto, onde eu refugiaria naqueles dias. Após essa apresentação rápida da casa, fui ao carro tirar minhas malas. Era muita emoção para mim estar naquela presença e naquele lugar, embora frio, mas apenas o estado de estar com minha amiga e na casa dela naquela cidade já me aquecia profundamente. Ao tirar minha mala e colocá-la no quarto, fui despindo-me para tomar uma ducha e esquentar-me ainda mais. Ela marcara comigo para sair, logo após eu terminar o banho. Fiquei apreensivo para saber o que tanto tinha me tocado naquela cidade. Joguei minha roupa no chão e senti o frio bater no meu corpo quente e desnudo. Liguei a ducha e deixei aquela água quente e agradável cair sobre mim.. Pensei na viagem, pensei na vida, pensei no que tanto me aturdia agora. Era uma sensação predestinada.. ou até premeditada.. Era alguma coisa que estava me procurando, ou eu devia procurar.. Não sabia dizer ao certo o que era aquilo, mas sabia perfeitamente que a cada pensar já me dava uma certa apreensão que me deixava nervoso..Pensei, portanto, que não pensar, seria, pois, a forma mais útil para não me conturbar com aquilo. Ao término do banho tive uma certa meditação e tentei esquecer aquilo que me aturdia, consegui por aqueles instantes e pensei em diversas coisas.. A toalha a roçar meu corpo me deu um certo desejo, mas este foi dissipado quando minha amiga bateu na porta do quarto - e escutei, pois o banheiro deixei com a porta aberta para se acontecesse dela bater - e me chamou para sair, antes, perguntando se eu estava pronto. Respondi que estava, e fui logo me trocando. Havia algo que me fazia apressar, de novo aquele apelo para concretizar algo que ainda não estava compreendido. Vesti-me e abri a porta dizendo:
- Estou pronto, Gisele.
- Vamos, então - Ela respondeu.

Uma acepção.

Em se tratando de querer, vemos o grande e poderoso ímpeto de ser, na sua própria força de vontade. Eu posso dizer que existe sim, tamanha façanha em se adquirir o que é propósito. Mas o que percebo a partir de um determinado momento em que se luta para a aquisição do que se quer, é a falha ou a imatura atuação da força de vontade. Um sonho, uma meta, é sempre tido como um capricho intressante que nos faz sair da realidade mundana e transcender para a etérea. Mas nem sempre é depositado toda vitalidade do homem para conseguir o que se é tão estimado. Entretanto, há também a questão do preço de cada situação que é decorrente uma atuação nossa. Suponho que é dever de todos ponderar cada finita qualidade para que seja bem posta em vigor. Caso isso seja desgovernado, haverá uma impugnação da liberdade do outro, ou seja, isso afetará o outro de alguma forma.. É o que acontece, embora numa linguagem pacífica. Mas transpor o que nos é comumentemente apresentado, é tratar das defeituosas posturas que o homem adquire. Passar por cima do outro, esmagar quem está quase morrendo e dizer acima de tudo, que é para amenizar o sentimento de outrem! Isso é uma arrogância, prepotência e até uma blasfema. Isso é o que dá quando se tem uma ativa conduta péssima e uma falsa força de vontade. A vontade que a força designa não é o poder de subjulgar, mas uma vontade que está a cerca de todas as vontades de todos os indivíduos. Um respeito seletivo e mútuo. Originalidade e conceituação no caminho a ser trilhado. Não basta fazer o certo, mas fazê-lo com a consciência da retidão e da certeza naquilo que se faz. Não havendo de menosprezar nem escarnecer com os outros jogadores da vida.

sábado, 14 de julho de 2007

Florescer


Eu não sabia do facto que ocorrera na noite em que recorreu-me. Estava um tanto inquieto e de tamnha apreensão, não sabia o que acontecia comigo pois acordava várias vezes na noite. Juntamente a isso, tive várias sonhos/pesadelos mas nunca o que me aturdia. Hoje - e o mesmo dia em que tudo aconteceu, pois passei a dormir depois de findar o dia anterior - recebi a notícia que me deixou drásticamente depressivo. Não atinei para a realidade, pois pensei que fora mais um sonho/pesadelo meu, aliás, nem sei o porque de estar escrevendo, pois trato isso que me ocorreu, a saber, uma verdadeira parte de um pesadelo. Não fiquei em cólera, mas de uma tristeza profunda que não quer cessar. Conhecia-o muito bem e desde o aparecimento do atípico, não aceitei, mas como não mantinha o contacto directo com ele, parecia-me menos perigoso do que os outros falavam. Isso tudo é narrado aqui, não como facto, mas como impulso, pois não tenho cabeça para dizer-lhes o que está acontecendo. Isso tudo deve ser mecanicamente escripto. Não compreendo decerto que se está se passando em minha cabeça, como não compreendo o que aconteceu e está acontecendo - digo, pois, o que está acontecendo é até o momento crucial onde a sua ''fisicalidade'' não mais envolverá-nos nesse plano terreno - e muitos me entendem. Até finalizar esse momento que corrói a alma, ficarei nessa ânsia ardente e grotesca em reflectir sobre o acontecido/acontecendo. Por instante eu posso dizer, ainda não compreendo o que está acontecendo toda vez que me refiro ao que está se passando, tenho um péssimo sentimento, oh.. quanta dor que se passa na vida daqueles que amam o ser humano e se vê numa situação onde a bifurcação da vida é concluída! Então foi-se para o caminho Vivo, o caminho do Todo-Poderoso, e espero vê-lo, quando chegar a minha hora, lá. Juntamente com Deus, com os anjos, e tantos outros Santos que foram em busca da paz e do amor pelo Senhor Deus. O que me resta para encerrar esse texto é dizer que o que ficou, principalmente a família e minha prima, saibam que estarei ao lado para qualquer auxílio. Ontem mesmo descobri o amor e hoje deparei-me com a morte. Amor e Morte. Ontem mesmo escrevi, num delinear de letras: Amor e Vida. Mas, sabe-se que a morte para muitos é a Vida eterna. O amor fluirá de forma única, num uníssono deleite.. Não há mais sofrimento.. O que há, agora, é a pura felicidade, muito embora a dor da partida. Posso, então, perceber que o poder de Deus agiu na vida dele. Que Deus o abençoe onde quer que ele esteja - pois não digo com rectidão onde ele está por ser coisas misteriosas, o destino do homem - mas penso que esteja no céu. Renata, minha prima, onde felicíssima está na foto, na nossa última viagem que aconteceu há cerca de uma semana, não fique triste. Por mais que seja doloroso manter esta realidade, de facto é muito mais doloroso viver nela. Faça o que puder e observe que há, por detrás de tudo isso, a força de Deus, agindo de forma perfeita. Onde a dor transporta-se em paz, e a morte não é morte, mas amor.Antes, muito antes de nossas pobres vontades, seja feita a vontade de Deus.Que Deus abençoe a família e à todos que amam àquele menino. Manoel Neto.
PS. Essa foto é minha e de Renata, minha prima, há cerca de uma semana atrás, na nossa última viagem... Espero ter outra dessa o mais breve possível contigo, Rê.Te amo e saiba que eu estarei ao seu lado sempre... não importa o que houver.. Farei com que fique confortável, independente dos contratempos.
beijos.
Muito antes do alvorecer, Deus já põe-nos em bom lugar.. Algo plenamente perfeito, não há como temer, temos todas as grandezas do Senhor. Deus abençoe de tamanha força que haja apenas luz em seu caminho( ao meu amigo).
Não ficarei triste
Sei que tudo é sublime
Pois Deus é Supremo
Sempre vencerei as dores
Sempre alcançarei as graças
Porque Deus é Tudo
Deus é a minha força
E a minha garra..
Para vencer,
Não precisarei de espadas
Nem lâminas afiadas
Basta o nome do Senhor
E sua habitação em minha vida
Oh.. vida bela
Sem Deus não existe ela.
Com Deus há vida eterna.
Amém e Assim Seja Ó Santo Sublime e Rei dos reis.
Saiba que nós te amamos.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Suffocare momemtaneu

O simples juízo que tenho agora, e que quero para mim mesmo é: Manter-me no silêncio da paz.
Eu sei que é difícil, agonizante e de tamanha grandiosidade, isso que está me perseguindo há bastante tempo e que não é uma luta apenas dele, mas de todos que sensibilizam-se ao ver um ser humano sofrer tamanha dor. Eu sei que muitos falam ser o que poderia estar predestinado, mas não entendo. Tenho a rústica ideologia de não entender à essa questão, pois, quereria apenas fazer amortecer essa dor que tanto surge em mim e ressurge nele.

Foram horas de apreensão, momentos que só eu pudera entender e conciliar na minha mente. Faria tudo e mais um pouco para esgotar qualquer interrupção de sua alegria, pois amo-o de tal forma que nem mesmo sei expor este sentimento. Viajo sempre, mas quando chego a nossa cidade, prontamente no mesmo dia vou de encontro. Não percebo o tempo passar quando eu estou a serviço do amor - principalmente quando chega-se a noite e permaneço como se fosse um familiar de tão forte aproximação - e sinto que meu dever é permanecer do lado onde gera o amor. Eis-me aqui, Senhor. Estou no momento único e inédito do ser humano.

Quem sabe se eu estou tocando na tessitura do amor? E é este o amor que surge e é verdadeiro! Claro... Por passar nos sentidos e muito antes disso.. Eu estou vendo, tocando, envolvido pelo profundo amor. É daí que nasce este tão estimado valor. Posso dizer que o que tenho em mãos - e está não são apenas mãos carnais, mas as próprias mãos do espírito, onde há de vir toda a concetração verdadeira de qualquer essência -, a beleza do amor natural. E reforço dizer que o amor não nasce de um relacionamento que possa trazer prazer.. mais muito antes do relacionamento que proporciona vida, resgate, felicidade, esperança.

Como se eu estivesse decompondo-se no vento que abranda meu semblante fustigado de tantas lutas, mas nunca cansado desses pequenas batalhas, muito embora sejam, elas, grande demais para o meu ser, mas não dou meu braço a torcer, pois o amor é muito mais forte e compreende de força inexprimível. Posso ver a minha frente o verdadeiro segredo do íntimo humano, algo que nunca fora revelado e que hoje posso manter o contacto espiritual. Descobri o amor, mesmo na aflição, desilusão, mesmo nos momentos tão dilaceradores que corrói meu coração de tristeza, posso achar a saída, posso achar a chave que abrirá todas as janelas, portas, vasculhantes e deixará brilhar a luz da salvação.

Quem sabe se eu falasse a ele tudo o que agora eu sei. Isso era substancialmente importante e incitaria-o a manter-se a admirar tamanho tesouro. Aliás, se fosse dividir este ''bem'', seria com ele, pois ele me fez descobrir e nada mais justo que dividir equitativamente com ele. Seria recto com ele, pois fora comigo. Por um instante me desprendi do mundo carnal e viajei léguas para outras dimensões. Aquilo que se passará com ele era momentâneo, nunca seria eterno. Levaria consigo a lição da vida, as falhas, os acertos, as visões, os prazeres. Isso era fantástico. Sua dor amortecera, não mais poderia doer, por ter encontrado juntamente comigo o nome total do amor. Isso se chamava vida, também. Amor e vida, Vida e amor.

Pulsante ligação interminável e insubstituível. Servir-nos-ia de antídoto, mas de uma forma singular e natural. Oh Deus, que seja feita a Tua vontade acima de tudo, mas ele precisa de nós e sempre estaremos ao seu lado, não importa onde estejamos. Isso não acabaria com o desterro, pois seria a partir daí que efetivamente ele se refugiaria em nós, e nós o acolheríamos. Sempre estaremos ao seu lado.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Infinitum.



Em se falando de amor, claro que deveríamos falar do beijo. Acho que é a primeira coisa que se faz, mesmo antes de passar a mão nos lugares proibidos, tirar a roupa, roçar corpo-a-corpo. Na verdade, tem-se que ter, primeiramente, uma selada de beijos ou como é comumente chamado de chupada.

Muito engraçado esse último termo, pois trata-se de um signo que tanto tem a mostrar-se. Beijar é ardente, cálido como algo que deteriora o ser, mas nesse caso, temos a bifurcação para dois itinerários. Um lado que beija e arde de prazer, trazendo amor, paz, unidade, não obstante doutro lado que delinea tanta raiva, rancor, infelicidade, traição. Uma palavra que serve de ápice para a contrapartida com relação ao beijo. Nesses termos temos que o beijo, muitas vezes, mas não todas, serve de traição, falsidade, dissimulação. Ninguém nunca pensa que aquele beijo na face, onde é perceptível até a fragrância do indivíduo que actua, é como um fator normalizado, um beijo natural.

Mas não, há, pois quem diga que o verdadeiro beijo é o não-beijar. Mas o sofrer. Isso seria, para mim, um pleonasmo com uma antítese? Não importa, pois o que mais importa é saber ponderar as situações. Se o beijo é forjado, não há como saber na íntegra, mas há como perceber por um fio infinitesimal, onde só o centro do ser humano, aquele que é chamado de âmago profundo, que poderá pressentir o que estar por detrás de tamanha façanha. Beijar nem sempre é bom.

Ás vezes até um beijo ''apaixonadamente quente'' onde um casal se cruza de uma forma que nem mesmo sabemos se é possível, poder-se-á ser um falso alarme, um não-beijo, e sim uma desilusão acompanhada de sofrimento. Temos ,por dever, que saber beijar não é amar. Que apenas sentir os lábios colados não significa gostar, mas algo totalmente supérfluo, carnal, que se tornará putrefacto um dia. Que saibamos como beijar, e que não caíamos em desvirtudes ao se entrelaçar de uma forma enfeitiçadora. Amar se restrige ao não descoberto, beijar é algo efêmero, talvez até um acidente.


O signo que não serve para ser dissimulado, não servirá para ser signo. O beijo é manifestação de afecto e traição. Quem sabe o beijo que você está esperando ansiosamente esta manhã/tarde/noite, não seja um beijo forjado, que te faz de cobaia, e até mesmo ansiado apenas pelo contacto carnal. E sua índole ficaria por debaixo de tantas coisas hediondas que nem seria capaz de voltar a pensar de uma forma lícita e trazer-te-ia um trauma por desilusão de amor, dependendo do grau que estaria. Ou este beijo que vocÊ está esperando, possa ser algo plenamente satisfactório, onde nem mesmo o tempo compreenderia a tamanha felicidade. Não seria mais uma felicidade clandestina, nem se o ininterrupto revés te considerasse alvo crítico, pois falaria mais alto o que você teria, simplesmente por ser genuíno. Não seria mais algo leviano, imprudente.

sábado, 7 de julho de 2007

Vitae nostrae

O mais singular de todas as coisas e mais propedêutico para a manifestação do verdadeiro caractér, é, indubitavelmente, a confiança em si mesmo. A confiança genuína nasce a partir do momento de crise constante e que com esta, consegue-se desvencilhar qualquer interrupção derivada dela. Decerto, é uma grande audácia com a energia que o ser humano se dispõe para vencer, destas duas concepções, temos a invariável e natural confiança. Embora seja de uma dificuldade peculiar, ter a certeza de alguma coisa, mas por outro lado temos a dubialidade das coisas onde possa ser, por confiança, a perspectiva do bom, não obstante tendo o ruim para ser acrescido em lugar do anterior, num jogo de tudo ou nada, sorte ou revés.
Muitas vezes temos a iniciativa de que tudo que podemos fazer talvez nos seja predestinado, e muito mais que isso, algumas vezes notamos a indecisão de muitas atitudes, pela mesma falta de confiança que temos em qualquer acepção que queremos. Mas isso não é o problema gerado e que com ele pode-se alterar as coisas, temos problemas maiores que são liberados através das atitudes totalmente impensáveis, mas digo impensáveis de uma forma totalmente inserida na atitude que várias vezes - e que sempre são com as falsas confianças, ou confianças incompletas a que chamo muitas vezes - tornam-se drasticamente situações adversas às que remontamos neste discursso e que é contrária a boa conduta de quem tem a confiança em si mesmo e nas suas atitudes.
Sem dúvidas a boa conduta que persisto neste texto é a da ligação directa, ou até conexão profunda com Deus, que para mim seria imprescindível, e nisto há a perfeita e harmonizante confiança em seus próprios passos, pois sem a fé, que é um fator crucial para a evolução do iminente, a decisão do que não há sentido, não haveria por motivos algum a plena confiança. Por meus amigos, animem-se de uma forma cheia, para que com a ligação com Deus e com suas próprias atitudes, seja conquistado a tamanha e reforçada confiança. Haverá abalos de contrapartida, mas nunca a perda daquilo que, com determinada confiança, se quer ser alcançado. ''Vista-se de verde com a esperança e dê um salto para o ar, talvez a sua confiança o faça flutuar.''
07-07-07
Caldas do Jorro - Bahia.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Cinzas do tempo.


Acordei tarde e naquele fluxo de pré-situado no espaço e tempo - coisa que nos acontece quando estamos em outros ambientes, e que, é comumente notório ao se deparar com o estranhamento, mesmo sendo aquilo, horas antes, já habitual - deixei-me levar pelo clima frio que me acordava juntamente com os passos da mulher. Era ela quem eu estava viajando, dócil, amiga, companheira. Preparei-me após um longo período estático, na cama. Com a cara imberbe, mas vendo o azulado comum, quando se apara a barba num dia anterior, fui-me adentrando ao banheiro onde liberei o que habitualmente fazia. Após entrei no choveiro um tanto quente e gostoso que me fez despertar. Troquei-me e desci para o café da manhã no hotel, ela já estava a minha espera, na porta do refeitório. Não tive pressa em nada, fazia tudo na maior tranquilidade e com muita voracidade, pois era-me um dia muito especial. Não tinha como definí-lo, pois era o dia da minha visita ao distrito de Sant'Anna.
Lá, deparar-me-ia com alguns velhos amigos, ao clima de velhos tempos. Mas antes de qualquer actividade expectada, teria, pois que comprar, ou auxiliar na compra de algumas coisas para a mulher, ela precisava e de tanto que gostava que fez-me inexoralvemente e independente de qualquer coisa, não hesitar em fazer o que lhe era programado. Nunca quis fazer compras com mulheres, acho isso coisa para mulheres apenas, e quando um homem deve - por obrigação do destino - fazer compras, dever-se-ia fazer sozinho, pois é mais conveniente para ele. Pus-me no carro, após a alimentação que tipicamente me faltava e seguimos rumo ao destino esperado. A estrada não foi muito árdua conosco, colocamos uns CDs, à medida que finalizava um, pois era grosseiro e para entardecer àquele lugar. Ao chegarmos no rumo, já eram meio-dia, e a hora de almoçar. No caminho nada houve de extrarordinário, pois foi numa traqüilidade, apesar de um ''quebra'mola'' que passei com agressividade, pois não o vira. Quando chegamos, fomos logo para um belo restaurante onde normalmente comia quando vinha para rever os amigos. Comemos e nos preparamos - pelo menos eu - para a grande caminhada onde possivelmente me cansaria, de tanto trabalho que seria seguir a mulher. Lojas e mais lojas, rostos e mais rostos me apareciam, provadores, etiquetas. Fiquei absorto naquelas pequenas coisas, não queria nada para mim pois era até desagradável, depois de tanto esperar a mulher numa das primeiras lojas femininas, e até porque nada era interessante para mim. Fiquei a olhar, cada segundo que os compradores invadiam o íntimo da pessoa - dizendo até se por um acaso o cliente fosse para uma festa de certo espécime, usar a roupa apropriada, mas eles falavam num tom insolente de pergunta, como se fosse grandes amigos dos clientes para saber sua vida social - era absurdamente anti-ético aquela posição.
E sem falar nos muitos que iludiam os clientes com tantas fantasias, dizendo até para alguns, que estavam magros e lhe cabiam perfeitamente, muito embora fosse uma tremenda mancada e dissimuladas conversas. Fiquei indignado com tamanha audácia que via naquelas lojas no meio da rua que senti receio de comprar mais alguma coisa, e se fosse comprar, seria sem a presença daqueles falsos conselheiros. Eles queriam era vender, fazer um capitalismo selvagem que apropriava-se do cliente como se quisesse manipulá-lo falando em moda, design e tantos atributos que estão impregnando-se cada segundo na cultura de cada povo. Era-me ensurdecedor aquelas vozes, sussurros, mentiras! Não me era agradável mais andar pelas ruas e ver aqueles lobos-homens, lobas-mulheres.
Fiquei quieto, despenquei numa loja e lá sentei-me. Restava-se esperar, esperar passar aquela dor, agonia. Não sabia dizer o que sentia, e nem me entendia. Pensei até que eles que me enfeitiçaram de uma forma para que não tivesse meu diritto a fala. Respirei, levitei. Era tarde e passavam das três horas. Estava na hora de visitar meus amigos. A vida na cidade grande e com regalias me impedia de raciocinar de forma adequada, pensei tanto que cheguei a conclusão, mesmo sendo um grande psicólogo: Oh, como eu não conhecia o homem, nem o mundo em que vivia!

Caldas do Jorro - BA

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Perene.

Para todo caso de descaso, temos a livre e adocicada solução. Não me foi fácil chegar ao lugar onde regozijo hodiernamente, precisamente, neste extático tempo que delinea nas palavras (ponto) . Acordei-me com os olhos grudados de remela. Foi o momento inicial de uma longa jornada de muitos campos e matas, onde cortei, mas não no sentido literal, lato sensu, da palavra. Cortei-os pelas estradas secas e molhadas, gélido e latente.. o caminho fez-me flutuar de forma única, para a lua, onde por milhares de vezes que estive sobre o intinerário, assomava-se volumosas crateras extra-terrenas - isso pelo desvio exacerbado e esbaforido, num tom dissimulado pelos ''donos do chão'' que iludem a cada dia aos nossos cidadãos. Os animais - quão saudosos eram-me aqueles tempos onde ao transitar com meus pais para a cidade grande, percebia a variedade, de até o símbolo do meu lugar, e encontrava tantos animais que substancialmente me fazia fantasias.. deixava-me solto, livre, sem contacto com a impressão maliciosa nem vulgar que o mundo oferece hoje em dia. Voltando ao meu caminho, percebi que poucos animais apareciam no céu, ora escuro, ora claro pelas alterações constantes do clima que insistia em deploravelmente oferecer o que lhe fora oferecido. Chegando ao lugar onde eu estou agora - que me foi árduo até chegar aqui, deixando-me preso ao próprio formato do assento e do encosto do carro - consegui, pelo menos, a minha mais graciosa recompensa. Ao deixar as coisas no hotel, onde costumo com frequência permanecer, fui logo dando uma vista geral na cidade, com meus pés que tanto pediam para movimentar-se. O triunfante e prêmio meu, estava me esperando em plena praça. Sem ninguém para empertigar, num momento que só mesmo a oportunidade me concedera. Andei, vaguei, revivi. Troquei olhares, mudei o andar, tentei alterar as coisas, sair da rotina. Isso era bom.. até o jeito de olhar eu troquei.. Isso me fazia feliz. Ao chegar finalmente na praça, tirei minha roupa, deixando apenas o traje de banho. Era o próprio jorro que me enfetiçava de frente para mim, que me trazia tantas lembranças afáveis. Senti-me entregue àquele clima tão cálido e com um olhar audácioso, tentando me desacatar ou até mesmo fazendo uma aposta para ver se eu aguentaria, aquele manancial quente, com cerca de quarenta e oito graus revestido, como uma dama-princesa nas jóias reluzentes e fortes, com o teor puro do sulfúrico e de tantos caracteres mineirais e ademais dos quais nem sabia, foi-me envolvendo a cada ponto, a cada micro-gotícula que escoava daquela voraz imensidão de água. O cheiro me deixava ébrio, mesmo não em contacto corpo-a-corpo com tudo. Fiquei pensando, reflectindo.. era um momento de puro êxtase. Era algo que chegava equiparável com a minha inebriante sensação de pleno deleite, regozijo. Tomei a coragem perfeita de um cavaleiro em guerra. Via-se a rarefez do vapor que transbordava os limites daquela enxurrada. Ao tocar-me, fui cedendo, revivendo, tornando-se inúmeras etapas da minha vida. Como se aquilo retrocedesse cada momento vivido no mesmo lugar, na mesma freqüência e vibração. Senti-me aliviado com tudo aquilo. Era saudade do mais secreto de cada um ser humano, saudade do que era necessário, e que tempo antes, ou vezes antes, era bemvindo. Relaxei de uma forma tão total quão todas as outras. Sentia-me completo. Mais uma vez completo.

Caldas do Jorro - 19 de Junho de 2007.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Será possível ter o arbítrio?

Hoje, estava eu lendo um jornal - que não é importante ser mencionado - e, vi que havia um pequeno conto. Comecei a lê-lo. Não havia nada de mais para fazer, além de ler aquele jornal naquele frio de inverno-quente. O conto iniciava-se com a melodramática fazendo uma menção ironica ao amor:
'' É de tanto amor que conseguimos descobrir que não existe amor. Eram um casal. Ele estava, decerto, meio desabituado com a vida bucólica da garota. Não havia reciprocidade com relação ao empenho que eles tinham para com o outro. Se um fazia um demasia, o outro era o retrocesso do que havia sido efetivamente feito. Não havia a distinção de gênero, sabe-se lá quem fazia mais coisas absurdas. Um colocou a mão na mão da outra, certa vez, e com o desvencilhar da mesma, fez com que uma briga se formasse. Era sufocante por ambas as partes quem trazia o amor. Ninguém sabia quem tinha para dar, a qual hora. Se um tinha de facto o amor latente no peito, o outro era o contrário, o revés.. Lágrimas eram risos.. pois até as lágrimas não entendiam a que horas era susceptível a manifestar-se. Era uma balbúrdia a longa e complexa forma. Não havia uma estabilidade. Brigas era totalmente típica e usual.. ''
Ao ler isso, fiquei totalmente intrigado. Fiquei pensando, tentando maquinar aquela trépida história. Lembrei-me instantaneamente de factos ocorridos comigo.. Tive um amor, que aliás, não era amor, era apenas uma paixão de verão.. Fiquei a observar.. olhei até o tiquetaquear do relógio.. e vi que de facto era mesmo a história que se assemelhava - ou quase - à minha.. Eu amava tanto, mas era impedido de mostrar o amor até a minha própria sombra. Era uma monstruosidade.. Não havia, mais em mim, a personalidade formada e peculiar que eu tinha. Tudo estava sendo sumcubido pela feroz e atroz posição daquela paixão de verão que detinha com que eu não propagasse àquele amor que eu sentia.. pelo menos aos mais chegados.. fui ficando ébrio, mas de uma tonicidade defeituosa, pois não me era mais a pessoa formalizada em mim, mas um espectro que me fazia seguir, numa forma retilínea, era cego.. usava um cabresto, mas tudo por amor, e ainda, o que mais se assemelhara ao do texto, era que tudo era divergente entre nós. Até a aproximação era numa freqüência freando a cada passo dado. Parecia que o medo era o amor. Então concluiu-se que o amor era o medo. Medo de ser autêntico, de ser persona própria para algumas coisas..ou para todas.. Se aquilo fosse o eixo central...

sábado, 12 de maio de 2007

Revelações, já evidentes...


''Eu acredito que, a priori, temos que nos revestir da nossa própria pelugem e acima de tudo, termos a consciência do reparo reflectido no espelho.''

Primeiramente, tenho que congratular-me pelo blog de um grande amigo que fez-me criar este em retrocesso contrário ao dele. O facto, meu caro e estimado amigo, de redigir essa mensagem é principalmente para criar uma solução, muito embora não seja a certa, pois ninguém é dono da verdade, mas de uma solução que eu falo branda e que seja vista a olho nu. Ninguém é detentor da verdade e me envaideço de dizer-lhe isso. Suponho que há um cataclisma em sua mente, do qual impede que raciocíne de modo coerente e razante, rameiro.

O Papa, Sumo Pontífice, não é o aniquilador de pecados, nem muito menos Cristo, Nosso Senhor. Há pessoas que transmitem paz, amor, felicidade dentre outros jubilosos sentimentos. O Papa está como um propagador da palavra de Deus.

Quantos e quantos, milhares e milhões de pessoas vão a rua, dormem em campos de shows, e fazem mesmo sacrificios para ver uma banda preferida. E porque, agora, é o Papa por quem muita gente faz pequenos sacrificios e usam de sua garganta para gritar de emoção, é que vem gente condenando essa atitude, achando que isso seria coisa de outro mundo ou até do submundo?

Suponho que estamos no mundo aptos a reconhecer o que nos é condicionados dia-a-dia. Então, como posso eu, jogar uma pedra no telhado do vizinho, se tenho telhado de vidro também?

Ou seria uma questão a parte?
Ou aplaudiria para o presidente Lula, que aparenta, para você, ser uma pessoa inestimável e que lhe proporcionará algumas regalias, enquanto à questões religiosas, não é devida nem passivel de compaixão nem de relevância?!

Ou será que o problema está em mim, que escrevo e nada se entende, ou será que você, talvez, não seja Cristão o bastante para respeitar religiões alheias?

Livre arbítrio - - - - - Todos temos, segundo a Bíblia e a Constituição da República o direito de liberdade ao culto..

Se tens esses argumentos contra o Papa, talvez ele lhe incomode de alguma forma, e esta, quereria eu saber.

Ou penso eu que isso não lhe dizes respeito, até porque é questão de ser católico e aceitar a doutrina ou não ser...

Então, sob coerência e dignidade, aplauda, saúda, felicite, o presidente Lula, como o disse!
Talvez ele seja mais santo que o Papa.

''O Papa veio em missão de Paz, se há perturbação em ti...
Suponho que estejamos falando de outras coisas... outras potestas''
Não há, como quando você colocou no comentário, a relação de coisas mundanas com etéreas, não confundo as coisas, apenas coloca-as de forma nitida para perceberes o factor crucial da minha idéia.

Quem sou eu

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Nasci em Recife, mas logo fui morar na cidade da Vitória de Santo Antão. Hoje, aqui, sinto que é uma particularidade íntima. Esse meu viver, minhas afinidades com essa cidade, transporta-me a outros mundos.''Sou a fusão do adulto maduro e o menino tenro''. ''Cogito ergo sum'' Escrevo desde os 16 anos e descobri na escrita um pedaço de mim, uma ânsia ardente e gostosa. Não reviso meus textos. Escrevo contos, romances, novelas etc.