sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Lirius! Liras! Lions!

Olhei os lírios do campo
Fiz versos, cantei poema
Trouxe o que podia
E não mais há agonia
Neste desterro de tormentos
Glória e não mais descontetamento

Branco limpo
Belo puro
Assim se faz o soturno
Assim se cria o desatento

Prudência e sagacidade
Liberdade e contento
Eis-me de novo
Nos versos loucos
Dos líricos livros
Do campo de lírios.

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Saber viver é a mais nova pergunta
Sempre se renova, a cada queda se
faz presente na vida de quem é ou
vive ausente da verdadeira sabedoria
E quando não temos o verdadeiro
sentimento, faz-se a pergunta
com tanta agonia:
Quem sabe viver a vida?
Explica-te.
Recita.
Fica.
Uma escada que se constói com paciência
Não mais a equivalência do atual
mas os momentos anteriores e mesmo
mais que anteriores
Procuraria nas atividades vividas e não lembradas
E então teria a resposta um tanto ansiada!!!

O campo e a flor.

O sol pairante nos tempos atuais não é motivo para sair pelo mundo a fim de queimar-se no tão inóspito. Mas tive, por impulso, que sair da casa e averiguar aquele campo tão verdejante e que nem parecia ser banhado pelo calor absurdo e quentura daquele radiante sol do meio-dia. O cheiro vindo do mato era fortemente captado por mim, como o farejar de um animal que possuí, dependendo de sua ordem na classificação taxonômica, um olfato aguçado. E isso fazia mais uma força para sair e deixar-me naquele sol, independente de qualquer coisa eu queria estar lá fora, sentir de pele a pele cada grau fruído pela bola de fogo celeste e pelo iluminado e reluzente campo de rosas e flores. Avistei, ao sair da porta principal, um lírio que de tão branco, parecia-me guiar em meio aquela fazenda tão bela. A casa estava pronta para uma belíssima foto, em meio àquele clima e iluminação. Os pedregulhos se amotoavam de uma forma alinhada, pelo caminho eu eu passava. O lírio tornava-se mais cativante ao aproximar-me dele. Abaixei-me e percebi que era um lírio intacto, nunca tocado nem visto antes, e sabia disto pelo simples instinto humano de posse. Na vida, eu tinha meus objetos que eram intocáveis e tinha minha vida como sendo fonte de egocentrismo, mas era um passado remoto. Não ousaria de lembrar-me daquilo que me fazia sofrer de novo. Mas era inevitável, aquele lírio branco me fazia lembrar da pureza do meu amor e da intocabilidade que eu dispusera para que jamais houvesse alguém para no meu amor tocar! Ousei reavivar de novo aquela ferida cicatrizada. Sabia que eu perdi o meu amor, pelo simples fato de não ter a moderação precisa! Não ser comedido! Não pensei duas vezes, e o ato já estava concretizado. Pela prisão e grilhões que eu colocara, ela fugiu quando menos esperei, quando realmente deu-se para fugir! O lírio me falava alguma coisa que se transformava em ar e eu respirava. Não entendia nada, mas aquele lírio de tão branco e puro, disse-me, sem palavras, sem dicção, sem fonética que eu deveria seguir seu exemplo. Abaixar-me, como eu já estava para vê-lo - e esse abaixar, significaria o respeito, reverência pelas pessoas, por haver diversidade entre cada um - e deixar meu egocentrismo e condição de posse para trás, porque o que eu estava vivendo, era justamente o que eu fizera. Mas eu não entendia! Como eu poderia estar vivendo na prisão, nos grilhões que eu mesmo deixara perseguir meu amor? Ele me disse numa harmonioza sinfonia que o fato desse espectro de perda estar me perseguindo agora, transformava-se no meu próprio aprisionamento. Agora era eu quem estava preso e sob todo o fardo causado. Sofrendo pelo amor. O lírio me ajudou a seguir a diante. Desde então continuei a observar e seguir o exemplo do lírio, puro, sagaz e perfeitamente compreensível. Não ousava deturpar nada que lhe explorasse e ficava naquela ocasião tão plácido, assim como deveríamos ser. Calmos e sossegados, sem a terrível noção de posse, nem a aterradora atitude de autonomia.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A descoberta.

Quando acordei, pensei no mesmo instante o que se assomaria para mim, no decorrer da vida que eu levaria pelo hoje. Sabemos que mesmo antes de abrir os olhos, temos uma gama de coisas a fazer durante um dia tão ensolarado ou nublado e quem sabe chuvoso, mas o que importa mesmo é a disposição de fazer as coisas. Quando meus olhos encontraram o mundo, permiti, assim, que fosse predestinado o meu novo ofício. Um ofício diferentemente de todos e de tudo, e mesmo se fosse para o que rotineiramente eu compreendia, aí seria diferente também. Falei com o ser Supremo à respeito da bênção que me foi dada naquele momento - e acho importante agradecer a cada manhã. Um dia temos tudo, noutro nada temos e o temor se assola para quem não é destemido, para quem não tem ninguém - pois acho que sem Deus, o indivíduo não tem ninguém. O cheiro da madeira rústica era emanado perto do meu recinto, do meu refúgio. Era os móveis antigos que cercavam-me dando uma impressão de um passado longíquo que se fazia presente em minha vida pelos meus anseios. Eu adorava e tinha um certa afinidade pelo antiquário. E isso era mais um processo de reforço para eu me levantar e caminhar para o meu novo dia, para meu novo ofício. Normalmente sentimos que o levantar de uma cama torna-se mais uma questão mecânica e sem sentido. É usual falarmos nisso, pois o ato de levantar-se se destina a algo meramente dogmático, não há momentos de perquirir a cerca do levantar. Tem-se que fazê-lo e acabou-se. Dessa maneira, levantei-me e fui logo ao banheiro, onde era o meu segundo refúgio de cada alvorecer. O sono ainda dominava, por ser cedo demais, temos a mania de não se acostumar com o frio do último relente, o relento que se dissipa com o próprio alvorecer. No meu segundo recinto fiz as necessidades diária e mundanas e comecei a pensar no que eu iria vestir para o dia que estava chegando e que eu deveria ter um certo caminho já traçado. A água era quente e dava um amortecimento instantâneo na alma - e de pensar que ás vezes penso que a alma está carnalmente incrustrada na própria tessitura da vida e interligada com o corpóreo. O banho me incentivou a pensar e foi neste pensamento que descobri...

Quem sou eu

Minha foto
Nasci em Recife, mas logo fui morar na cidade da Vitória de Santo Antão. Hoje, aqui, sinto que é uma particularidade íntima. Esse meu viver, minhas afinidades com essa cidade, transporta-me a outros mundos.''Sou a fusão do adulto maduro e o menino tenro''. ''Cogito ergo sum'' Escrevo desde os 16 anos e descobri na escrita um pedaço de mim, uma ânsia ardente e gostosa. Não reviso meus textos. Escrevo contos, romances, novelas etc.