quarta-feira, 4 de julho de 2007

Será possível ter o arbítrio?

Hoje, estava eu lendo um jornal - que não é importante ser mencionado - e, vi que havia um pequeno conto. Comecei a lê-lo. Não havia nada de mais para fazer, além de ler aquele jornal naquele frio de inverno-quente. O conto iniciava-se com a melodramática fazendo uma menção ironica ao amor:
'' É de tanto amor que conseguimos descobrir que não existe amor. Eram um casal. Ele estava, decerto, meio desabituado com a vida bucólica da garota. Não havia reciprocidade com relação ao empenho que eles tinham para com o outro. Se um fazia um demasia, o outro era o retrocesso do que havia sido efetivamente feito. Não havia a distinção de gênero, sabe-se lá quem fazia mais coisas absurdas. Um colocou a mão na mão da outra, certa vez, e com o desvencilhar da mesma, fez com que uma briga se formasse. Era sufocante por ambas as partes quem trazia o amor. Ninguém sabia quem tinha para dar, a qual hora. Se um tinha de facto o amor latente no peito, o outro era o contrário, o revés.. Lágrimas eram risos.. pois até as lágrimas não entendiam a que horas era susceptível a manifestar-se. Era uma balbúrdia a longa e complexa forma. Não havia uma estabilidade. Brigas era totalmente típica e usual.. ''
Ao ler isso, fiquei totalmente intrigado. Fiquei pensando, tentando maquinar aquela trépida história. Lembrei-me instantaneamente de factos ocorridos comigo.. Tive um amor, que aliás, não era amor, era apenas uma paixão de verão.. Fiquei a observar.. olhei até o tiquetaquear do relógio.. e vi que de facto era mesmo a história que se assemelhava - ou quase - à minha.. Eu amava tanto, mas era impedido de mostrar o amor até a minha própria sombra. Era uma monstruosidade.. Não havia, mais em mim, a personalidade formada e peculiar que eu tinha. Tudo estava sendo sumcubido pela feroz e atroz posição daquela paixão de verão que detinha com que eu não propagasse àquele amor que eu sentia.. pelo menos aos mais chegados.. fui ficando ébrio, mas de uma tonicidade defeituosa, pois não me era mais a pessoa formalizada em mim, mas um espectro que me fazia seguir, numa forma retilínea, era cego.. usava um cabresto, mas tudo por amor, e ainda, o que mais se assemelhara ao do texto, era que tudo era divergente entre nós. Até a aproximação era numa freqüência freando a cada passo dado. Parecia que o medo era o amor. Então concluiu-se que o amor era o medo. Medo de ser autêntico, de ser persona própria para algumas coisas..ou para todas.. Se aquilo fosse o eixo central...

Um comentário:

Rita Moraes disse...

- A cada texto de sua autoria que leio, fico ainda mais disposta a encontrar fatos de "sentimentos",expostos de alguma maneira,ou mesmo escondidos atrás de palavras muitas vezes simples; porém com grande importância e significados extremamentes desafiadores. Até mesmo para os grandes intelectuais e filosófos conhecidos.
P.S:Parabéns!

Quem sou eu

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Nasci em Recife, mas logo fui morar na cidade da Vitória de Santo Antão. Hoje, aqui, sinto que é uma particularidade íntima. Esse meu viver, minhas afinidades com essa cidade, transporta-me a outros mundos.''Sou a fusão do adulto maduro e o menino tenro''. ''Cogito ergo sum'' Escrevo desde os 16 anos e descobri na escrita um pedaço de mim, uma ânsia ardente e gostosa. Não reviso meus textos. Escrevo contos, romances, novelas etc.