Finalmente chegamos ao tanto repercutido restaurante. Havia poucas pessoas sentado nas mesas. Pegamos uma logo atrás. Para manter uma certa privacidade, onde ninguém poderia nos ver - logo aqueles que passavam pelas ruas, mas seria uma tolice nossa, pois quase ninguém passara e seria uma probabilidade muito grande a de encontrar alguém conhecido e bisbilhoteiro, até porque não tínhamos nada a esconder. O cheiro de comida era emanado pelas quatro cantos do lugar, uma apreensão mista com uma voraz vontade de alimentar-se fez-me pegar rispidamente o cardápio. O tempo era pouco para olhar aquele cardápio pela minha exasperada fome. Gisele ficou a fitar algumas pessoas enquantou eu fitava qual seria a comida que serviria. Escolhi um fondue de queijo e um filé au chateaubriand. Ela adorou o pedido e entreguei o mesmo ao garçon, pedindo para ser breve com o pedido. Começamos a conversar, embora sendo uma conversa muito sério, da qual nunca seria sujeito a começar. Por segundos, após entregar ao garçon, Gisele fez-me uma pergunta:
Você já amou?
É uma pergunta um tanto fácil e difícil. Acho que a facilidade combina com a dificuldade. Hoje, no meu estado incólume de pensar sobre determinado assunto, posso dizer com toda franqueza que nunca amei. Respondi.
Por que você nunca amou? - Ela continuou insistindo.
Suponho que nunca amei, e isso tenho como conceito básico e trivial da vida, pois, para mim, amar ultrapassa qualquer entendimento de desejo, afecto e tantas outras coisas que mundialmente é vista de uma forma irregular. Como posso amar o ''meu amor(a mulher do meu coração)'' se não aceito aos outros que estão na rua pedindo alimento, se repudio tantas pessoas e brigo com muitos sem necessidade. Nisso não há amor, e para o amor, deve-se esvaziar o ego. Deve-se prostrar-se diante da plenitude da verdade, embora seja cruel e desmotivada. Mas você poderia dizer que isso seria impossível e que todo o ser humano tem o direito de viver errando, cair no pensamento e atitude pecaminosos. Mas eu digo com quase toda a certeza - pois a total certeza eu não a possuo, e nenhum mortal possuirá, pois é atributo à Deus -, que o que se deve fazer é uma ponderação das coisas. Não é omitir o pecado pois acho que ninguém consegue, mas amortecer de uma forma que seja vivificante o amor e latente em sua vida. Fazer o bem sem olhar a quem. Tanto além como aquém das possibilidades. Amar não se resume em prazer, alegria. É trabalhoso amar, é árduo e muito paciente. O problema é que pensam - e não sei de onde tiram esse juízo - que o amor é apenas alegria, que é muitas vezes o próprio beijo na manifestação do acto de amar.
E por que não amar ? - Gisele mais uma vez tenta entender.
Não é uma questão de não querer amar, mas de ser pleno desse sentimento. Tenho que estar preparado para aguentar e segurar a barra. Preciso de tempo, além da conduta certa para não cair na condenação da vida, não posso enganar aos outros nem a mim mesmo. Seria um hipócrita e isso não quero. Amar não é um jogo, nem os momentos de êxtase. Começarei quando perceber que estarei no caminho certo. O amor é mais válido dessa forma, mais genuíno. Renuncie-se a si mesmo e faça valer o valor universal de todas as pessoas, independente de suas classes sociais. Isso é apressar o amor, é querer que logo seja feito a morada em sua vida, a morada do amor.
E se aparecesse alguém que você realmente amasse? - Ela novamente perquiri.
Ora, isso seria contraditório ao que eu penso. Aparecer alguém? Não. Eu penso que para amar alguém - e isso depois de você estar pleno do sentimento verossímel - deve-se haver o contacto com a pessoa durante muito tempo. Uma ligação fraternal de longas datas. Por isso que é muito fácil ver o desequilibrio amoroso nos casamentos. Além das consequências e interrupções alheias, há também o mal desenvolvimento do amadurecimento do casal. O amadurecimento deve ser constante e não algo extático. E com relação a encontrar a pessoa quem irei amar, seria um equívoco, pelo menos para mim, pois como já mencionei, deve-se ter uma realidade fraterna para que possamos compreender os defeitos e aceitá-los e entender também as qualidades.
O garçon chega com a comida. Um prato delicioso com labaredas de fogo pequenas embaixo. O filé, protamente posto em cima da mesa é uma referência ao nosso anseio intímo. Gisele diz:
- Bom apetite.
- Já está bom pelo cheiro - disse-lhe.
Você já amou?
É uma pergunta um tanto fácil e difícil. Acho que a facilidade combina com a dificuldade. Hoje, no meu estado incólume de pensar sobre determinado assunto, posso dizer com toda franqueza que nunca amei. Respondi.
Por que você nunca amou? - Ela continuou insistindo.
Suponho que nunca amei, e isso tenho como conceito básico e trivial da vida, pois, para mim, amar ultrapassa qualquer entendimento de desejo, afecto e tantas outras coisas que mundialmente é vista de uma forma irregular. Como posso amar o ''meu amor(a mulher do meu coração)'' se não aceito aos outros que estão na rua pedindo alimento, se repudio tantas pessoas e brigo com muitos sem necessidade. Nisso não há amor, e para o amor, deve-se esvaziar o ego. Deve-se prostrar-se diante da plenitude da verdade, embora seja cruel e desmotivada. Mas você poderia dizer que isso seria impossível e que todo o ser humano tem o direito de viver errando, cair no pensamento e atitude pecaminosos. Mas eu digo com quase toda a certeza - pois a total certeza eu não a possuo, e nenhum mortal possuirá, pois é atributo à Deus -, que o que se deve fazer é uma ponderação das coisas. Não é omitir o pecado pois acho que ninguém consegue, mas amortecer de uma forma que seja vivificante o amor e latente em sua vida. Fazer o bem sem olhar a quem. Tanto além como aquém das possibilidades. Amar não se resume em prazer, alegria. É trabalhoso amar, é árduo e muito paciente. O problema é que pensam - e não sei de onde tiram esse juízo - que o amor é apenas alegria, que é muitas vezes o próprio beijo na manifestação do acto de amar.
E por que não amar ? - Gisele mais uma vez tenta entender.
Não é uma questão de não querer amar, mas de ser pleno desse sentimento. Tenho que estar preparado para aguentar e segurar a barra. Preciso de tempo, além da conduta certa para não cair na condenação da vida, não posso enganar aos outros nem a mim mesmo. Seria um hipócrita e isso não quero. Amar não é um jogo, nem os momentos de êxtase. Começarei quando perceber que estarei no caminho certo. O amor é mais válido dessa forma, mais genuíno. Renuncie-se a si mesmo e faça valer o valor universal de todas as pessoas, independente de suas classes sociais. Isso é apressar o amor, é querer que logo seja feito a morada em sua vida, a morada do amor.
E se aparecesse alguém que você realmente amasse? - Ela novamente perquiri.
Ora, isso seria contraditório ao que eu penso. Aparecer alguém? Não. Eu penso que para amar alguém - e isso depois de você estar pleno do sentimento verossímel - deve-se haver o contacto com a pessoa durante muito tempo. Uma ligação fraternal de longas datas. Por isso que é muito fácil ver o desequilibrio amoroso nos casamentos. Além das consequências e interrupções alheias, há também o mal desenvolvimento do amadurecimento do casal. O amadurecimento deve ser constante e não algo extático. E com relação a encontrar a pessoa quem irei amar, seria um equívoco, pelo menos para mim, pois como já mencionei, deve-se ter uma realidade fraterna para que possamos compreender os defeitos e aceitá-los e entender também as qualidades.
O garçon chega com a comida. Um prato delicioso com labaredas de fogo pequenas embaixo. O filé, protamente posto em cima da mesa é uma referência ao nosso anseio intímo. Gisele diz:
- Bom apetite.
- Já está bom pelo cheiro - disse-lhe.
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