quarta-feira, 11 de julho de 2007

Infinitum.



Em se falando de amor, claro que deveríamos falar do beijo. Acho que é a primeira coisa que se faz, mesmo antes de passar a mão nos lugares proibidos, tirar a roupa, roçar corpo-a-corpo. Na verdade, tem-se que ter, primeiramente, uma selada de beijos ou como é comumente chamado de chupada.

Muito engraçado esse último termo, pois trata-se de um signo que tanto tem a mostrar-se. Beijar é ardente, cálido como algo que deteriora o ser, mas nesse caso, temos a bifurcação para dois itinerários. Um lado que beija e arde de prazer, trazendo amor, paz, unidade, não obstante doutro lado que delinea tanta raiva, rancor, infelicidade, traição. Uma palavra que serve de ápice para a contrapartida com relação ao beijo. Nesses termos temos que o beijo, muitas vezes, mas não todas, serve de traição, falsidade, dissimulação. Ninguém nunca pensa que aquele beijo na face, onde é perceptível até a fragrância do indivíduo que actua, é como um fator normalizado, um beijo natural.

Mas não, há, pois quem diga que o verdadeiro beijo é o não-beijar. Mas o sofrer. Isso seria, para mim, um pleonasmo com uma antítese? Não importa, pois o que mais importa é saber ponderar as situações. Se o beijo é forjado, não há como saber na íntegra, mas há como perceber por um fio infinitesimal, onde só o centro do ser humano, aquele que é chamado de âmago profundo, que poderá pressentir o que estar por detrás de tamanha façanha. Beijar nem sempre é bom.

Ás vezes até um beijo ''apaixonadamente quente'' onde um casal se cruza de uma forma que nem mesmo sabemos se é possível, poder-se-á ser um falso alarme, um não-beijo, e sim uma desilusão acompanhada de sofrimento. Temos ,por dever, que saber beijar não é amar. Que apenas sentir os lábios colados não significa gostar, mas algo totalmente supérfluo, carnal, que se tornará putrefacto um dia. Que saibamos como beijar, e que não caíamos em desvirtudes ao se entrelaçar de uma forma enfeitiçadora. Amar se restrige ao não descoberto, beijar é algo efêmero, talvez até um acidente.


O signo que não serve para ser dissimulado, não servirá para ser signo. O beijo é manifestação de afecto e traição. Quem sabe o beijo que você está esperando ansiosamente esta manhã/tarde/noite, não seja um beijo forjado, que te faz de cobaia, e até mesmo ansiado apenas pelo contacto carnal. E sua índole ficaria por debaixo de tantas coisas hediondas que nem seria capaz de voltar a pensar de uma forma lícita e trazer-te-ia um trauma por desilusão de amor, dependendo do grau que estaria. Ou este beijo que vocÊ está esperando, possa ser algo plenamente satisfactório, onde nem mesmo o tempo compreenderia a tamanha felicidade. Não seria mais uma felicidade clandestina, nem se o ininterrupto revés te considerasse alvo crítico, pois falaria mais alto o que você teria, simplesmente por ser genuíno. Não seria mais algo leviano, imprudente.

3 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

tudo beeem, o beijo não precisa ser tão técnico assim ;P

e vc poderia modernizar um pouco sua escrita pra eu me interessar a lêr ;D

abraçaaao,,

Anônimo disse...

é, tem gente que gosta.

Quem sou eu

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Nasci em Recife, mas logo fui morar na cidade da Vitória de Santo Antão. Hoje, aqui, sinto que é uma particularidade íntima. Esse meu viver, minhas afinidades com essa cidade, transporta-me a outros mundos.''Sou a fusão do adulto maduro e o menino tenro''. ''Cogito ergo sum'' Escrevo desde os 16 anos e descobri na escrita um pedaço de mim, uma ânsia ardente e gostosa. Não reviso meus textos. Escrevo contos, romances, novelas etc.